Crentes Cachaceiros


“I think back to the time when I wouldn’t drink wine and they taught me wrong and right and black and white…” – Fine Art of Friendship, King’s X

Em maio de 1990 eu era missionário da OM e estava à bordo do navio Logos II. Estávamos ancorados em Bremenhaven, porto da cidade de Bremen no norte da Alemanha. Uma noite, ao sair com amigos para conhecer aquela bela cidade, fomos ao Marktplatz que estava lotado de pessoas. Parecia uma Oktoberfest (apesar de eu nunca ter ido a uma). A OM tinha uma lei-seca, ou seja, nenhum de seus missionários tinha permissão para ingerir bebidas alcoólicas enquanto estivesse trabalhando com a organização. Mas alguém sugeriu que, estando naquele local, devêssemos tomar algo. Eu não sabia exatamente o que beber e, diante de minha indecisão, foi sugerido uma cerveja doce. A idéia soou agradável e aceitei. Logo que chegou, tomei a cerveja de tonalidade bem clara, servida num copo semelhante a uma pequena taça, diferente das canecas servidas aos outros da mesa (e bem menor que estas!). Bebi tranquilamente. E fiquei bêbado como uma égua. Ao retornar para o navio, subi o passadiço com muito cuidado e passei pelo vigia noturno calado, orando para que ele não notasse meu estado. Além de me deixar muito envergonhado, aquela situação trouxe-me lembranças dolorosas da infância.

Eu cresci num lar manchado por tumultos decorrentes do abuso do álcool. Parte de minha infância foi um verdadeiro inferno por causa das bebedeiras de meu pai. Quando criança, era comum beber até ficar bêbado nas festas de fim de ano. Com onze anos, comecei a beber com meu irmão um ano mais velho. Comprávamos vinho e cachaça e esperávamos o dia em que minha mãe e irmãs estavissem fora de casa para chamar uns amigos e encher a cara.
Numa destas “festas”, meu irmão teve um coma alcoólico, foi internado às pressas e por muito pouco não morreu. Foi o fim de nossas bebedeiras. Aos quatorze anos entreguei minha vida a Jesus no culto de uma igreja pentecostal e “eles ensinaram-me certo e o errado e branco e preto” como diz a canção do King’s X.

Foi somente quando estava no seminário teológico que comecei a estudar seriamente o que a Bíblia diz sobre a ingestão de bebidas alcoólicas. Fiquei surpreso ao descobrir que, contrário do que eu havia sido ensinado (e que me pareceu muito bom tendo em vista meu histórico familiar com bebidas), a Bíblia não condena beber vinho. Na Bíblia, o vinho é visto como sinal de alegria e bênção de Deus. 

Salomão fala da promessa aos que honram a Deus com seus recursos: seus celeiros ficarão plenamente cheios e os seus barris transbordarão de vinho. (Provérbios 3:9-10). Ele diz que felizes são os que comem no tempo certo para refazer as forças e não para bebedice, um alerta contra a embriaguez, ao mesmo tempo reconhece que o vinho torna a vida alegre (Eclesiastes 10:17 e 19). Semelhantemente, o Salmista louva a Deus como criador que “faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão, e o vinho que alegra o coração do homem” (Salmos 104:14-15).

Ou seja, nestas e em tantas outras passagens que tratam da questão do vinho e da bebida fermentada, aprendi que a Bíblia ensina claramente que:

  • beber não é pecado,
  • mas beber demais é pecado,
  • portanto é preciso tomar cuidado com o poder sedutor da bebida
  • e às vezes, a melhor coisa a fazer é não beber.

Que beber não é pecado deveria ficar evidente, visto que o primeiro milagre de Jesus (João 2) foi transformar água em vinho numa festa de casamento. “Mas”, haviam me dito, “não era ‘bem’ vinho, não tinha fermentação, era apenas suco de uva.” Esta teoria logo caiu por terra, tendo em vista que outras passagens da Bíblia falavam sobre a possibilidade de se embriagar com o vinho, logo não poderia ser “apenas suco de uva” (ninguém fica embriagado com suco de uva). De fato, Paulo escrevendo ao jovem pastor Timóteo recomenda-lhe beber um pouco de vinho em suas refeições. (5.23) 
 Ao tratar das qualificações dos diáconos e presbíteros, Paulo diz que eles não devem ser “amigos de muito vinho” (3.3) e nem “apegados ao vinho” (3.8), palavras que não fazem muito sentido se fosse “apenas suco de uva”. Em sua carta a Tito ele menciona o comportamento das mulheres cristãs e diz que elas não devem ser “escravizadas a muito vinho.” (2.3) Além do disso, há fortes indícios de que o próprio Senhor Jesus bebia vinho. Em contraste com João Batista, de quem o anjo disse a seus pais que ele não beberia vinho nem bebida fermentada (Lucas 1.15), Jesus foi acusado de comilão e beberrão (Mateus 11.18-19). Jesus não teve pecado algum e ele bebia. Paulo não recomendaria um pouco de vinho a Timóteo, se beber vinho fosse pecado. E a Santa Ceia não seria celebrada com vinho, se sua ingestão fosse pecado. Um dos problemas em Corinto é que alguns estavam se embriagando na Ceia, prova que não se tratava de “apenas suco de uva”.

Muitos crentes, ao descobrirem isto, estão começando a desfrutar uma taça de vinho ou uma cerveja livres de uma consciência culpada.

O problema hoje em dia não parece ser o da abstinência forçada ou das proibições legalistas. Não vivemos mais na época da lei-seca na maioria das igrejas evangélicas brasileiras. O problema é que, cada vez mais, os crentes estão bebendo um pouco demais. Me surpreende olhar o Facebook e ver um número crescente de fotos exibindo bebidas como se fossem troféus e “confissões” de bebedeira como se fossem coisas banais. É o caso clássico de quem não sabe lidar com a liberdade e, após um período de repressão, vai de um extremo a outro.

“Porque será que o homem quando foge de si mesmo Se afoga na bebida e se droga sem parar? Será que a vida imposta é perder um vale tudo? Viver sempre chapado é melhor do que lutar? Beber até morrer essa é a solução?…” – Beber até Morrer, Ratos de Porão

Cristãos podem beber? Sim, não há proibição quanto a isso na Bíblia. Mas a Bíblia deixa absolutamente claro que embriagar-se é pecado e que os bêbados não herdarão o Reino de Deus: “…nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (1 Coríntios 6:1 e Gálatas 5:19-21). 
Há diversas histórias na Bíblia sobre as consequências de embriagar-se, levando pessoas a cometerem uma série de delitos graves sob o efeito da bebida. Incesto, violência, adultério, pobreza, assassinato, depressão e loucura são alguns dos males relatados pela Bíblia que acompanham a embriaguez.

Em seu comentário da primeira carta de Paulo a Timóteo, quando Paulo recomenda ao jovem pastor que, por causa de suas enfermidades, não beba apenas água, mas também “um pouco de vinho”, Calvino diz o seguinte sobre a embriaguez:

“O termo grego usado descrevia não apenas a embriaguez, mas qualquer tipo de descontrole ao beber vinho. Beber com excesso não é só indecoroso num pastor, mas geralmente resulta em muitas coisas ainda piores, tais como rixas, atitudes néscias, ausência de castidade e outras que não carecem de menção.”

E acrescenta:

“Quão poucos há em nossos dias que carecem da abstinência de água; em contrapartida, quantos carecem de ser refreados em seu uso imoderado do vinho! É também evidente que necessário se nos faz, mesmo quando queremos agir corretamente, rogar ao Senhor que nos dê o Espírito de sabedoria para nos instruir no caminho da moderação.”

Portanto, é preciso tomar cuidado com o poder sedutor da bebida. Estatísticas apontam que consumo do álcool no Brasil aumenta a cada ano, tornando o país um dos mais afetados por problemas ligados ao alcoolismo. Uma das razões para isto parece ser que beber está tornando-se algo cultural. No Brasil a cerveja tornou-se a bebida tradicional (a AMBev produz 35 milhões de cervejas engarrafadas por dia!) e isto tem feito com que os brasileiros comecem a beber cada vez mais jovens (entre 10-13 anos é a idade para a iniciação no álcool). O resultado de tanta bebedeira é que, segundo algumas estimativas , acredita-se que 7,3% do PIB anual é aplicado para problemas decorrentes do álcool e 65% dos acidentes fatais em São Paulo têm o motorista embriagado.

Há diversas advertências na Bíblia sobre a sedução do vinho. A mais notória delas talvez seja esta em Provérbios 23.31-35:

Não se deixe atrair pelo vinho quando está vermelho, quando cintila no copo e escorre suavemente! No fim, ele morde como serpente e envenena como víbora. Seus olhos verão coisas estranhas, e sua mente imaginará coisas distorcidas. Você será como quem dorme no meio do mar, como quem se deita no alto das cordas do mastro. E dirá: “Espancaram-me, mas eu nada senti! Bateram em mim, mas nem percebi! Quando acordarei para que possa beber mais uma vez?”
Chesterton comenta:

“O vinho, diz a Escritura, alegra o coração do homem, mas somente do homem que tem coração.” Portanto: “Nunca beba quando estiver infeliz por não ter uma bebiba, ou irá parecer um triste alcoólatra caído na calçada. Mas beba quando, mesmo sem a bebida, estaria feliz, e isso o tornará parecido com um risonho camponês italiano. Nunca beba quando precisar disso, pois tal ato racional é o caminho para a morte e o inferno.” – G. K. Chesterton, Omar e a Vinha Sagrada em Hereges

A conclusão é que, às vezes, o melhor a fazer é não beber. Isto não é legalismo, é bom senso. O comediante Eddie Murphy revelou que não bebe porque o álcool não o faz bem e, a última vez que ficou de ressaca, após três taças de champanhe em 1993, o fez decidir nunca mais consumir bebida alcoólica.

“Eu não bebo. Se bebo, sei que não vou me sentir bem. E, às vezes, parece que todos que bebem estão se divertindo mais, porém sei que eu não posso.” – Eddie Murphy

Do mesmo modo, conheço muitas pessoas que não bebem, por diferentes motivos. Algumas não podem beber por questões de saúde. Outras porque, tendo sido vítimas do alcoolismo, sabem que apenas uma dose pode ser suficiente para que caiam no abismo novamente. O cristão que é livre para beber sem embriagar-se precisa ser livre também para não beber quando a ocasião não for conveniente (ou não beber nunca, se for o caso). Acima de tudo, ele precisa ter sensibilidade para não beber quando estiver na presença de pessoas que possam tropeçar ao tentarem imitá-lo. Isto também é um ato de caridade.

Concluindo, mas longe de esgotar este assunto, creio que, como cristãos, deveríamos ser exemplos de responsabilidade com relação aos nossos hábitos de comida e bebida. Paulo lista abusos nesta área como obras da carne, coisas que estávamos sujeitos antes de conhecer a Cristo (Romanos 13.13-14). Em contraste, o fruto do Espírito é domínio próprio (moderação). Por isto, recomenda o apóstolo, em vez de se embriagar com o vinho, devemos procurar estar cheios do Espírito Santo (Efésios 5.17-18). O apóstolo Pedro também advertiu seus leitores sobre certos abusos que já não deveriam mais fazer parte da vida dos cristãos (1 Pedro 4.3).

Tais advertências ecoam as palavras do próprio Senhor Jesus em Lucas 21:34:

“Tenham cuidado, para que os seus corações não fiquem carregados de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente.”

POST-SCRIPTUM “Temperança, infelizmente, é uma palavra que perdeu seu significado original. Hoje em dia ela significa a abstinência total de bebidas alcoólicas. Na época em que a segunda virtude cardeal recebeu esse nome, ela não significava nada disso. A temperança não se referia apenas à bebida, mas aos prazeres em geral; e não implicava a abstinência, mas a moderação e o não-passar dos limites. É um erro considerar que os cristãos devem ser todos abstêmios; o islamismo, e não o cristianismo, é a religião da abstinência. É claro que abster-se de bebidas fortes é dever de certos cristãos em particular ou de qualquer cristão em determinadas ocasiões, seja porque sabe que, se tomar o primeiro copo, não conseguirá parar, seja porque rodeado de pessoas inclinadas ao alcoolismo, não quer encorajar ninguém com seu exemplo. A questão toda é que ele se abstém, por um bom motivo, de algo que não é condenável em si, e não se incomoda de ver os outros apreciando aquilo. Umas das marcas de um certo tipo de mau caráter é que ele não consegue se privar de algo sem querer que todo mundo se prive também. Esse não é o caminho cristão. Um indivíduo cristão pode achar por bem abster-se de uma série de coisas por razões específicas – do casamento, da carne, da cerveja ou do cinema; no momento, porém, em que começa a dizer que essas coisas são ruins em si mesmas, ou em que começa a fazer cara feia para as pessoas que usam essas coisas, ele se desviou do caminho”. – C.S. Lewis em Cristianismo Puro e Simples, Martins Fontes, p. 103-104 (obrigado pela lembrança, Daniel Grubba )

Escrito por Sandro Baggio e reproduzido sob sua autorização).

1 Comment

Filed under Artigos

Mais Cristo, Menos Cristianismo!


Toda religião está estruturada em dogmas, rituais e códigos morais. O Cristianismo também. Mas não são os dogmas, os rituais e os códigos morais que definem a experiência pessoal com Cristo. O apóstolo Paulo esclareceu que os seguidores de Jesus não podem ser reduzidos a observadores de rituais e padrões morais: Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo […] Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: Não manuseie!, Não prove!, Não toque!? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne [Colossenses 2.16,17,20-23].

A experiência mística do Cristo crucificado e ressurreto, comunhão com Ele, viver nEle, estar nEle, andar nEle [1Coríntios 1.9; Colossenses 1.2, 26,27; 2.6,7; 3.2], enfim, a devoção e a adoração a Cristo importam mais que a defesa do Cristianismo, isto é, dos dogmas, rituais e códigos morais considerados cristãos.
A imitação de Cristo é a essência do seguimento de Jesus, e importa mais que a adesão ao Cristianismo. Consta que Mahatma Gandhi teria afirmado a respeito dos protestantes ingleses: “Aceito seu Cristo, mas não aceito seu Cristianismo”. Eis aí uma constatação interessante: não poucas vezes a maneira como pretendemos servir a Cristo implica trair o espírito de Cristo. Talvez tenha sido isso o que Friedrich Nietzsche quis dizer ao afirmar que se mais remidos se parecessem os remidos, mais fácil me seria crer no Redentor”.
O apóstolo Paulo estava ciente desse perigo e, por isso, recomendou aos cristãos: Vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos. Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai [Colossenses 3.5-17].
Há muitas pessoas que se declaram adeptas da religião Cristianismo, mas não se comprometem a viver como Jesus Cristo viveu e ensinou. Não estão ocupadas em guardar (obedecer) todas as coisas que ele ordenou [Mateus 20.18-20], nem tampouco em andar como Ele andou [1João 2.6]. A respeito dessas pessoas, o próprio Jesus declarou: Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal! [Mateus 7.21-23].
Cristo é maior que o Cristianismo. Por essa razão, a adoração a Cristo é mais importante que a defesa do Cristianismo, e a imitação de Cristo é mais importante que a adesão ao Cristianismo. Ser como Cristo e fazer mais por Cristo, eis as legítimas aspirações de todo aquele que se comprometeu com o caminho de Cristo.

Por Ed René Kivitz

Leave a comment

Filed under Artigos

Dez Avisos para Aqueles que Enveredam Nos Caminhos de uma Igreja Missional (Parte 1)


Depois de um tempo tentando resolver com o servidor sobre o nosso dominio http://www.igrejaurbana.org sem sucesso, resolvemos reativar este blog que contém as mesmas informações e outras sobre o nosso ministério, boa leitura!

Nestes dois próximos domingos estaremos refletindo sobre a questão de pertencer a uma igreja de visão missional. Há alguns alertas que esta opção produz, pois somos parte de um movimento que acredita em uma igreja livre e dinâmica que acolhe pessoas por amor a Jesus. Nosso objetivo é amar e acolher como Ele fez. Reflita:

1) Não podemos esperar entrar na igreja para um culto de quase 2 horas, receber o que estamos precisando e ir embora aguardando o próximo domingo.

Devemos esperar, ao contrário, uma missão que possa mudar a nossa vida, uma experiência mais rica do que jamais experimentamos em termos de completude e realização pessoal: um relacionamento pessoal com o Salvador.

2) Não podemos esperar que Jesus vá se adaptar aos nossos desejos e caprichos consumistas desta era capitalista, com uma agenda estressante sem tempo para as questões do Reino (comumente apreendidas antes de chegar para a igreja).

Devemos esperar, ao contrário, nos ver livres de muitos maus hábitos e estilos de vida que achávamos importantes antes de conhecer a Cristo, uma expectativa muito salutar de uma mudança de hábitos e comportamentos de uma forma geral.

3) Não podemos esperar estar anônimos, desconhecidos, ou mesmo desaparecidos na igreja (ou após os trabalhos).

Devemos esperar, ao contrário, ser conhecidos, amados, respeitados e queridos pela Comunidade da Fé em nossa gloriosa jornada juntos aqui na terra.

4) Não podemos esperar que tudo seja perfeito e sem erros na igreja local, seus líderes e seus trabalhos.

Devemos esperar, ao contrário, uma experiência orgânica, simples, envolvente e autêntica em todas as reuniões e eventos.

5) Não podemos esperar programas que produzem entretenimento para crianças, jovens e adolescentes sem um envolvimento intenso e presente dos pais, adultos e tutores.

Devemos esperar, ao contrário, à medida que a vida progride e envelhecemos juntos (jovens e adultos), que nossos mais novos aprendam conosco a ter um relacionamento autêntico e intimo com o Senhor Jesus que eles levarão consigo para o resto da vida.

Meus queridos, não esperem que a igreja tenha a obrigação de ir até vocês ou que as pessoas os atendam em suas necessidades ou caprichos. O cristão tem um chamado ao serviço que é a dedicação intencional de servir ao próximo amando a Deus de todo o nosso coração.

Se fizermos isso, garantiremos o tipo de igreja e estilo de vida que agradam a Deus e abençoam nossas vidas e aos outros que estão ao nosso redor.

Hoje terminamos nossa reflexão sobre a questão de pertencer a uma igreja de visão missional. Há alguns alertas que esta opção produz, pois somos parte de um movimento que acredita em uma igreja livre e dinâmica que acolhe pessoas por amor a Jesus. Nosso objetivo é amar e acolher como Ele fez. Reflita:

6) Não podemos esperar que nos sintamos sempre bem e que as pregações e ensinos venham somente para satisfazer nossos desejos, sem nunca nos confrontarem.

Devemos esperar, ao contrário, que haverá momentos de confronto, desafio (do nosso talento, tempo e dinheiro), lamento e choro, auto-exame e algumas vezes silêncio profundo para reflexões e mudanças.

7) Não podemos esperar que as pessoas venham ao nosso encontro para nos atender em nossas necessidades pessoais e familiares como se fôssemos os únicos neste corpo dinâmico e rico de Jesus.

Devemos esperar, ao contrário, um apoio e sustento na hora de necessidade para a jornada, quando cada um carrega seu fardo e todos dividem a carga comum.

8) Não podemos esperar crescimento e maturidade com rapidez, nem no aspecto pessoal, muito menos coletivo. Não dá para criarmos uma expectativa de crescimento além daquilo que Deus espera de nós.

Devemos esperar, ao contrário, um crescimento eficaz que envolva outras pessoas num relacionamento visceral e fraterno, que sempre acontece de forma orgânica, portanto lenta, para o bem do todo.

9) Não podemos esperar que as coisas aconteçam do nosso jeito e da nossa forma de pensar. Nem tudo acontece dentro das quatro paredes da igreja, e nem tudo é como gostaríamos que fosse.

Devemos esperar, ao contrário, que nossos encontros sejam edificantes e que haja de nossa parte uma compreensão de que as diferenças é que promovem a beleza da diversidade do o povo de Deus espalhado pela terra. Tolerância é algo que devemos cultivar e aplicar em nossos relacionamentos.

10) Não podemos esperar que haja divisões, fofocas, contendas, sobre as coisas relativas a igreja ou nossa vida pessoal, até mesmo sobre questões teológicas ou argumentos éticos.

Devemos esperar, ao contrário, que as opiniões são muito bem recebidas, que as idéias são bem vindas, que mudanças são apreciadas, que a visão do outro contribua, na medida em que tudo é feito dentro do âmbito do amor e respeito ao próximo e a liderança estabelecida na comunidade (essa estabelecida por Deus), ressaltando sempre a centralidade das Escrituras que apresenta o Cristo de nossa salvação.

Se vivermos assim, garantiremos o tipo de igreja e estilo de vida que agradam a Deus e abençoam nossas vidas e aos outros que estão ao nosso redor.

Rev. Robson Gomes,

Adaptado de David Fitch


Leave a comment

Filed under Artigos

Música e Motivação


Sou daqueles que gostam de uma boa música desde Djavan, Ed Motta, Claudio Zoli, Simoninha, Pedro Camargo Mariano, 4th Frontier do meu amigo, músico e produtor Eder Monteiro entre outras no nacional; No internacional gosto do Rock do Switchfoot, Planet Shakers  à Black Music americana entre outros ritmos.
Mas o que me levou a escrever este artigo foi o fato de conhecer muito músicos bons, entre cantores e instrumentistas e a maioria pendem para o Rock, nada contra, mas um mundo “gospel” feito só de rock, Cassiane, Kleber Lucas, Fernandinho e etc ninguém aguenta.

Mas, deixe me narrar um fato que me aconteceu recente, estávamos eu e um amigo aguardando que alguém viesse atender à campainha, no cd player do carro estava rolando Al Jarreau que dispensa comentários, muito bom e quando de repente chega o irmão do nosso amigo o qual estávamos esperando, grande cantor e baterista – A música já tinha passado e começou um som tipo do Wilson Simoninha e estávamos lá “babando”com o som que a banda tirava, com o groove, quando de repente eu perguntei: Porque você não grava um cd com este tipo de música ? E ele logo respondeu: Este tipo de música é legal, mas não vende!…Desta vez eu deixei passar, pois é um assunto polêmico, visto a formatação que muitos adquiriram dentro das igrejas e sistemas eclesiástico onde impera a teologia da prosperidade, é raro encontrar uma que não enfatiza esta pratica, de ter sucesso a qualquer custo.
E comecei a pensar na mentalidade de prostituta que tomou conta de muitos, senão a maioria dos músicos Cristãos e porque não dizer pregadores e pastores.
A grande maioria não entende identidade, destino, propósito ou chamado e simplesmente segue a “unção” ou o som do momento. Se o “mover” é chuva ele começa a chover, se o “mover” é Rock então vamos todos fazer Rock. Irmãos até quando vamos tratar o talento que Deus nos deu como fonte de renda? Nada contra o se ganhar dinheiro ou querer viver da música e ter uma vida confortável, mas, vender o chamado que Deus tem para nós não está correto, simplesmente agimos como prostitutos, pois a prostituta faz o que faz não pelo prazer, mas pelo dinheiro. Isto me traz à mente o caso de Esaú e Jacó no livro de Genesis 25:29-34 quando no verso 32 Esaú chega cansado do campo e Jacó havia feito um guisado muito saboroso e Esaú pede a Jacó que o deixe comer um pouco do  guisado e Jacó oferece uma faz um pedido à Esaú no verso 31 do capitulo 25 de Genesis “Respondeu Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura” –Esaú cheio de fome e de uma forma imediatista  respondeu, verso 32 “Então replicou Esaú:  Eis que estou a ponto e morrer; logo, para que me servirá o direito de primogenitura?” e a palavra de Deus nos mostra mais abaixo no verso 34 parte b do versículo a atitude de Esaú; “Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.” Irmãos apesar de este fato ter sido narrado na palavra de Deus bem no começo de tudo, lá no livro das Genesis ele é bem atual e hoje e ocupa todos os seguimentos da sociedade e o pior ocupa o coração e as mentes do homens santos que um dia foram homens de pecado, muito bem narrado por Zeca Baleiro, grande artista na canção Heavy Metal do Senhor, quantos músicos que antes estavam na igreja servindo e hoje se perderam pois deram um pulinho lá fora para tocar na noite e nunca mais conseguiram congregar, porque sempre pinta aquele trabalhinho bem no domingo e como dizem: A grana é boa e a coisa esta preta pastor! Infelizmente esta é a situação que vemos por ai e dentro das igrejas, aquela que foi colocada na terra para ser uma agência de Deus para implantação do seu Reino não é diferente. Penso que a grande maioria dos ditos “levitas”, aliás, termo erradamente usado nos dias de hoje, tem a motivação errada – Outro dia ouvi dizer de um rapaz que canta muito bem aqui na região onde vivo em Belo Horizonte, MG que quando perguntaram a ele: Que tipo de som que você quer fazer? No que ele tristemente respondeu: Qualquer um que venda bastante! Por favor nem me ofereçam para ouvir este cd que não quero! Nem ouvir eu ouço – Se for para fazer música simplesmente que venda, se esta é nossa motivação, melhor seria que fossemos trabalhar como músico na noite, porque ai pelo menos a sua motivação seria correta.

Há poucos meses atrás escrevi outro artigo que pode ser lido aqui seguindo este link ; http://bit.ly/kk5sxc, um artigo simples que nos leva a pensar sobre o que faz com que uma canção seja considerada gospel ou evangélica e coloquei alguns pontos que julgo importante na busca por entendimento para averiguar ou validar este pensamento, já que virou moda gravar CD gospel, ainda mais depois desta do nosso irmão, “o som é legal mas não vende!”. Resolvi complementar o artigo anterior, mas gostaria de lhe fazer a pergunta:  O que faz uma canção ser considerada evangélica ou gospel? Seria o fato de ela ter uma letra que fale sobre Deus ou cite a Bíblia como fez Renato Russo na bela canção sobre o amor, baseada na carta de Paulo aos Coríntios 13:1 ? ,Claro que você dirá que não pois Renato Russo era homosexual assumido; Porque somente a música esta passiva desta ‘demonização’ quando feita por não “crente”? E os que jogam futebol, as novelas, malhação e etc são todos “crentes”? Será que todas as canções gravadas por professos “crentes” já são automaticamente gospel/Evangélicas? Uso a palavra crente entre aspas pois hoje a diferença entre um crente e um não crente já não é tão acentuada ou se é acentuada é pelo lado negativo, mais pilantra, tratante, enrolado, traíra, julgador, intolerante, preconceituoso.
Estou para escrever um artigo sobre isto, de como averiguar se uma pessoa é Crente ou Cristão, o que autentica alguém ser chamado de Cristão. Aliás um pastor amigo meu diz que sua mãe conta que antigamente ao chegar numa mercearia ou as antigas “vendas” para comprar algo o crente muitas vezes mesmo sem dinheiro levava a mercadoria ao passo que hoje em dia se você é crente você é olhado com olhos de desconfiança, é tachado de pilantra, desonesto, mal pagador, enrolado e etc. Os donos de mercearia saem correndo principalmente se dito o crente tem o ‘título’ de pastor. Mas voltando ao assunto… o que exatamente autentica o ser Cristão ? Ou autentica a canção ser Cristã ou não ? Analisando a palavra de Deus chegamos a um entendimento de que a motivação é o elemento chave! Senão um dos elementos chaves de toda validação e eu poderia citar aqui diversos textos sobre motivação dentro da palavra de Deus que nos mostra a pessoa ou atitude sendo aceita ou não, simplesmente porque a motivação não era correta.

Por motivação errada Caim teve sua oferta rejeitada, a quem diga que era porque ele pegou qualquer oferta, não deu o dízimo ou qualquer coisa do gênero rsrsrs acredite se quiser;
Por motivação correta a Viúva pobre deu maior oferta que os outros que deram grandes quantidades (Marcos 12:43)
Por motivação correta o Publicano recebeu justificação da parte de Deus, enquanto o Fariseu foi rejeitado (Lucas 18:09-14)
Por motivação errada Esaú perdeu a benção de seu pai…”De que me vale a primogenitura se estou morrendo de fome? “ (Genesis 25:29-34)
Por motivação errada Jó passou a provação que passou. É só ler o texto. Muito pensam erradamente que Jó era dono de uma paciência enorme, na verdade ele era de uma prepotência e arrogância imensa.

Vejo que a Síndrome de Esaú tomou conta dos nossos líderes, dos nossos músicos, dos nossos “levitas” – De que me vale o chamado se eu não tenho uma casa, carro e estou sempre duro? (paráfrase minha) Como pode uma pessoa subir num palco de uma igreja, aliás, erradamente chamam de altar, pois altar é o coração do convertido ao Senhor, na igreja tem é palco, pois no palco se faz SHOW, palavra inglesa que significa “Mostra”, ali eles mostram qual a motivação deles, fazem o show deles, ali uma grande parte dos nossos ministros mostra a unção de deus, com letra minúscula mesmo, isto mesmo “deus” Mamom – não é fácil para mim escrever isto, pois no meio dos crentes isto é julgamento, ainda que a maioria não sabe o que significa tal palavra, em 1 João 4:1 nos adverte a provar ou avaliar ou julgar se os espíritos procedem de Deus.
Infelizmente a maioria das pessoas pensa que a canção falar de coisas da Bíblia já faz que ela seja uma música gospel, mas será que é só isto? Eu tenho um entendimento que o meu talento é uma oferta ao Senhor, o que faço o faço como ao Senhor (Col. 3:23) por que se o que faço o faço com interesse, com ganância, já não faço ao Senhor (Hebreus 13:5).

Infelizmente este tipo de assunto não é falado em família, pois os pais quando o filho chega à idade de estudar ele “orienta”: Meu filho o homem vale o que tem, escolha uma profissão que dê mais dinheiro! Ensinam os filhos a terem uma mentalidade de prostituta! Ensinando os filhos a serem prostitutos e a trabalharem pelo dinheiro apenas. Mas e o projeto de Deus para a vida do rapaz ou da moça? Infelizmente as próprias igrejas também passam esta mentalidade de prostituta para os seus membros. Precisamos de uma reforma lingüística e redefinir algumas palavras, pois sucesso segundo o dicionário não tem o mesmo significado que sucesso na Bíblia e temos trazido para as igrejas estes verbetes mundanos que tem pervertido a mente das pessoas, hoje a maioria das igrejas estão elitizadas, vidro fumê nas portas, ar condicionado, o pastor na maioria das vezes se veste como um ET, só ele lá na frente de terno e gravata e a palavra nos diz que Davi era pastor, e sendo um pastor ele tinha cheiro de ovelha.  Quantos pastores hoje abandonaram a igreja e o rebanho! Abandonaram sem sair da igreja. E tudo isto por causa do sucesso pois estamos vivendo um frenesi terrível com estas teologias duvidosas que tem assolado o rebanho de Deus e isto me faz lembrar a advertência de Jesus “Porventura achará fé na terra o filho do homem ? “ (Lucas 18:8). Fé é convicção, muitos querem mistificar fé, mas fé é convicção! Se tenho convicção que Deus me deu o talento e me chamou para fazer algo então ele suprirá, mas se não tenho convicção do meu chamado eu tenho que correr atrás do dinheiro.Uma das decisões mais difíceis para mim e minha esposa foi retornar ao Brasil; muitos me questionavam dizendo que eu já não tinha espaço no mercado de trabalho do Brasil, aliás já fazem quase dois anos e Deus tem suprido, outros não tinha fé suficiente para retornar ao país, mas todas as mensagens que eu escutava era como se Deus estivesse me empurrando para fora dos Estados Unidos e isto depois de quase 10 anos. Mas para encerrar quero dizer que tenho consciência do meu chamado, sei quem eu sou e o que tenho que fazer por isto não temo. Fé é convicção! Com certeza Cantar, pregar, trabalhar, tocar ou outra atividade qualquer visando somente o dinheiro não é correto. Na maioria das vezes fazemos o que fazemos por carências e expectativas seja ela financeira, de afirmação ou aceitação. Temos que realmente buscar renovar nossa mente para podermos entender qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para nossas vidas. (Romanos 12:1, 2)

Graças a Deus pelo Djavan, Dulú,Wilson Simoninha, Edú Luke entre outros que não se corromperam para trabalhar somente pelo dinheiro e nos abençoa com a música maravilhosa que fazem. Para terminar, entre estes cantores, pastores que fazem o que fazem por dinheiro a prostituta é mais digna, pois a motivação dela é correta e não usa o nome de Deus para tirar dinheiro de ninguém e como diz a palavra em Mateus:21:31b: “Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas entram adiante de vós no reino de Deus.”

“Se fazemos o que fazemos só por dinheiro somos apenas prostitutas”

Fiquem na paz.

Pr. Carlos Rizzon
IGREJA URBANA
“Chamados para fora”

4 Comments

Filed under Artigos

Crente Boca Suja.


Copyrighted_Image_Reuse_Prohibited_775889
No domingo passado, ao falar sobre o desequilíbrio entre a verdade sem graça (legalismo) e a graça sem verdade (libertinagem), eu mencionei a tendência crescente entre muitos cristãos pós-modernos de soltar o verbo e liberar os palavrões como se fosse a coisa mais natural do mundo. Algumas pessoas me perguntaram se eu não estava caindo novamente no legalismo simplesmente por questionar isso. Vejamos.
Em primeiro lugar é preciso reconhecer que esta é uma questão mais complexa do muitos gostariam que fosse. Já conversei com várias pessoas sobre isso nos últimos anos e tenho a impressão de que muitos pensam que basta citar alguns versículos das Escrituras e assunto encerrado. Mas não é bem assim. O difícil é determinar quando uma palavra é torpe ou obscena uma vez que a linguagem é algo vivo e as palavras e seus significados mudam com o tempo. Algo que era considerado um palavrão nos dias de Jesus ou Paulo pode nem sequer ser utilizado hoje.
Sendo assim temos que lidar com questões sobre contexto, cultura, significado e eu entendo isso, não sou leigo no assunto e não estou tentando desprezar tais considerações.
Por outro lado, será que o valor de nossas palavras deveria ser determinado pelo meio em que vivemos? Se todos à nossa volta estão usando certas palavras, será que isso significa que nós devemos usá-las também?
Algumas pessoas dizem que o uso de palavrão se tornou natural em nossa cultura e que os únicos que ficam ofendidos são os “legalistas religiosos”. Realmente parece que cada vez mais pessoas estão usando palavrão como parte de seu vocabulário. Mas isso não torna o palavrão menos palavrão. De fato, as pessoas usam certas palavras justamente porque elas querem dizer algo para chocar, dar ênfase, ofender, etc. Ou seja, mesmo com o uso cada vez mais corriqueiro, certas palavras continuam sendo torpes e obscenas em nossa cultura.
O comediante americanoem seu show “Sete palavras que você nunca deve dizer na TV” demonstrou (mesmo que a contragosto) que há certas palavras que são inapropriadas. Bono que o diga. Por usar uma destas palavras na entrega do Globo de Ouro em 2003, ele criou problemas para a rede de TV norte-americana Fox.
Eu gosto da idéia de que se você não usaria uma determinada palavra numa conversa com sua mãe, numa reunião como igreja, numa entrevista de emprego ou para alguém que você acabou de conhecer, então essa palavra parece não ser apropriada para seu uso corriqueiro. Novamente, parece uma idéia simplista (e talvez seja), mas creio que é um começo.
Seria válido falar palavrão para se identificar com as pessoas que estamos tentando alcançar?
Eu me lembro de quando fazia visitas na antiga Casa de Detenção Carandirú em São Paulo. Os presos tinham um código de respeito para com os “crentes” que os visitavam. Não se falava palavrão perto deles. Percebi o mesmo com relação as prostitutas em alguns prostíbulos onde estive com os missionários do Projeto Toque. Quando alguma delas que não nos conhecia começava a baixar o nível das palavras, era logo censurada pelas companheiras. Fico imaginando o que essas pessoas pensariam ao ouvir um discípulo de Cristo falando as mesmas palavras que elas, apesar de usarem, reprovam. Será que elas veriam evidências de uma nova vida no falar deste discípulo?
Como eu disse em minha reflexão, precisamos rever nosso conceito de liberdade cristã. Para muitos, a nova versão de liberdade que eles estão aderindo é apenas uma revisão da velha escravidão que eles pensam ter deixado para trás.
Liberdade cristã não é liberdade para fazer o que quer que eu desejo. Liberdade cristã é liberdade para servir a Cristo e fazer o que Ele deseja. É liberdade para agradar a Deus. É liberdade no Espírito Santo. E o fruto do Espírito é amor, paz, bondade… domínio próprio.
Lutero colocou da seguinte forma em seu clássico texto Da Liberdade Cristã (1520): “Um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém – pela fé. Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos – pelo amor.”
Quando leio passagens como Efésios 2.1-5 e 4.22, 1 Pedro 4.3, Tito 3.3, dentre outras, há uma indicação clara de que nossa vida antes de Cristo era marcada por certas coisas que já não devem mais persistir uma vez que estamos ligados à Cristo. Os verbos usados – éramos, andávamos, vivíamos – indicam uma condição passada. Mas agora, diz a Bíblia, somos novas criaturas e devemos despir (despojar) a velha condição. Me parece estranho que seguidores de Cristo queiram continuar na condição passada, exibindo os mesmos maus hábitos e caindo nos mesmos erros.
É neste contexto do novo homem que Paulo fala aos Efésios (4.29): “Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe.” (ARA)
O dicionário Houaiss define TORPE como:
que contraria ou fere os bons costumes, a decência, a moral; que revela caráter vil; ignóbil, indecoroso, infame
que contém ou revela obscenidade; indecente
que causa repulsa; asqueroso, nojento
que apresenta mácula; sujo
Ou seja, mesmo considerando as mudanças do vocabulário com o decorrer dos tempos, uma palavra torpe hoje continua sendo torpe.
Algumas pessoas argumentam que xingar é ser transparente e honesto. Todavia, o próprio bom senso nos diz que não devemos ser transparentes em tudo exatamente. Ainda que não exista nada em nossa vida que esteja oculto aos olhos de Deus – não há áreas privadas diante de Deus – há todavia, áreas e coisas que fazemos que não deveriam se tornar públicas. Por exemplo, o exercício de nossas necessidades físicas. Ninguém que tenha um bom senso ira advogar que, em nome da transparência, deve-se abaixar as calças em público e se aliviar na frente de todos. Isso seria indecoroso na maioria das culturas e sociedades do nosso mundo hoje. Ou seja, a tal de transparência neste caso me parece mais uma desculpa para obscenidade do que algo sincero.
Todd Hunter, presidente do Curso Alpha certa vez disse: “Como um discípulo de Jesus usa sua linguagem? O amor deve ser o árbitro de todo o falar.”
Quando você manda alguém ir se f**** ou chama uma pessoa de filho da p***, você está demonstrando amor? Você consegue ver a atitude de Cristo nisso? Imagino que não. Não importa o quão transparente você diga que está sendo, a única coisa que sua atitude transparente está demonstrando é a ira e falta de domínio próprio.
Então ouço pessoas apontando outros pecados, dizendo que alguém não xinga, mas odeia de qualquer maneira. Ora, um pecado não justifica o outro. Deus nos chamou para uma nova vida, com novas atitudes e novos hábitos.
Creio que xingar é um mal hábito e como todo mal hábito deve ser desencorajado, procurando livrar-se dele em busca de novos hábitos. Gosto do Bono como artista. Lendo uma de suas entrevistas certa vez, achei curioso que ele mesmo considera o falar palavrão como um mal hábito que ele possui. Mesmo gostando de sua arte, não significa que eu deva gostar ou adquirir seus maus hábitos.
Jesus elevou os padrões para os seus seguidores, em vez de diminuí-los como muitos aderentes da graça barata parecem pensar que Ele tenha feito. Tiago nos chama para um viver comprometido com os pobres e oprimidos ao mesmo tempo em que nos mantemos incontaminados com o mundo – inclusive no falar (1.26-27). Uma simples leitura a carta de Tiago revela que ele tinha muito a dizer sobre o Cristianismo prático e o uso da língua.
Por tudo isso e mais um pouco, creio que os seguidores de Cristo devem evitar ao máximo o uso de linguagem torpe/obscena, especialmente em público.
Que Deus nos ajude a viver não no legalismo nem na libertinagem, mas na verdadeira liberdade no Espírito.
********
Arte: Kelvin C

1 Comment

Filed under Uncategorized

Evangélico ou Cristão?


“…Porque eu não me envergonho do evangelho… mas, de ser evangélico” Romanos 1:16 (paráfrase do autor)

Hoje, após anos caminhando no meio do cristianismo e sendo tratado como “evangélico”; depois de sofrer com o descaso e com a sujeira que se instalou no meio religioso; diante da exploração imoral da fé e de pessoas; das decepções que acumulei nestes últimos tempos com a igreja, tomei uma decisão importante para a minha vida espiritual. Para tanto me debrucei sobre a Bíblia e criteriosamente analisei todos os fundamentos que definem o comportamento de alguém efetivamente comprometido com os ensinos de Jesus. Li com exaustão Atos dos Apóstolos para só depois tomar a decisão que achei a mais sensata diante do quadro que se instalou no meio religioso. Assim, deixei de ser mais um “evangélico” e decidi ser “cristão assumido”.

Você pode estar pensando que é tudo a mesma coisa, que não há qualquer diferença nas duas expressões, mas apesar de se assemelharem, definitivamente não há como serem associadas. Não da forma como pregam por aí nos transatlânticos da fé ancorados em quase todas as esquinas das cidades ou nos supermercados religiosos que vivem abarrotados de pessoas à procura de novidades. Aliás, vale salientar que os discípulos foram, em Antioquia, reconhecidos como “cristãos” e não como “evangélicos”. – Atos 11:26

Você pode estar me chamando de maluco ou desinformado; pode estar me considerando um herege; um rebelde frustrado, mas diga-me, quem são os “evangélicos” hoje? Que atributos credenciam alguém ao titulo de ser “evangélico”? Sugiro que você, antes de um prejulgamento contra a minha pessoa, faça uma lista contendo um nome de expressão no Brasil, no seu estado e em sua cidade, de alguém que você considera evangélico, pessoas que estejam ligadas à política, meio empresarial, educação, saúde ou órgão do governo.

Não vou exigir muito, estes me servirão como base para a minha tese. Vamos continuar o exercício, agora me diga, dos nomes que você listou, em qual desses setores você pode dizer com todas as palavras que “põe a mão no fogo” pelos indicados? Para qual dos escolhidos você seria capaz de ir aos tribunais defendê-lo na sua conduta como “evangélico”? Se a lista fosse minha, nenhum! E olha que não estou sendo radical, apenas sincero. É isto mesmo, a banalização do evangelho com práticas construídas sobre interesses denominacionais e não sob as ordenanças Divinas me dão sustentação suficiente para fundamentar os meus argumentos e a minha defesa. Cansei de ver raposa tomando conta de galinheiro.

Obviamente que existe ainda um grupo de pessoas com boas intenções, gente que de alguma forma busca viver o que prega, que ainda acreditam na propagação do evangelho como único instrumento capaz de satisfazer aos anseios do coração e da alma do homem. Louvo a Deus por estes que ainda resistem bravamente às investidas de satanás contra a igreja de Cristo e espero que não desistam de seus objetivos.

Já ao final de seu ministério, Charles Spurgeon* escreveu uma série de artigos intitulados “O Declínio” onde ele estava advertindo a igreja de seus dias, lá no passado, quanto ao fato de que o cristianismo estava em declínio e, o que era pior, o ímpeto de descida parecia estar vencendo todas as tentativas de conter esta decadência. Os líderes cristãos estavam se tornando mundanos, espiritualmente frios e tolerantes aos erros doutrinários. Isso acontecia em tal nível que Spurgeon tinha receios de que a igreja perderia completamente o seu testemunho. Infelizmente, a previsão de Spurgeon se tornou em realidade insofismável hoje.

Lamentavelmente o que vemos é muito mais gente que usa do titulo de “evangélico” para se esconder, para se auto-promoverem, para ganharem um bom dinheiro, contrariando com comportamentos condenáveis o que na verdade significa ser “evangélico”. O rotulo, mesmo falsificado, neste caso enseja confiança aos desavisados. Para onde foram os bons costumes? Onde está o senso de moral? O mundo encontra-se hoje numa situação vergonhosa e desesperadora, no entanto, os seus habitantes não têm vergonha do que fazem ou dizem e muitos encontraram na religião um lugar seguro para agirem sem serem incomodados.

Me envergonho do evangelho ao ligar a televisão e ver homens inescrupulosos negociando com a fé das pessoas; ao saber que na frente das telas da TV há muitos pobres evangélicos aprovando e até contribuindo com tudo que é mostrado ali; ao ver o comércio da fé sendo explorado livremente nas igrejas eletrônicas onde vende-se de tudo; ao ver a religião evangélica fazendo parcerias indissolúveis com o inimigo; ao ver líderes atrelados, andando de mãos dadas com o diabo na maior naturalidade. Me envergonho ao ver homens mudando a verdade de Deus em mentiras, honrando e servindo mais a criatura do que ao Criador; Quanto dinheiro jogado fora nas fossas podres da religiosidade permissiva, nociva à sociedade e à vida espiritual. Quanta vergonha! Vergonha acompanhada por um misto de indignação e revolta, pois mesmo com todo o meu protesto e o meu esforço, percebo que a coisa caminha para o retrocesso rumo a um abismo espiritual intransponível.

Me cansei de carregar na testa o rotulo de evangélico. São todos iguais, afirmam as pessoas, colocando todo mundo num mesmo patamar, misturando joio e trigo em um só saco. Justos e pecadores, sérios ou não, todos sem distinção estão, pelas palavras da sociedade comungando comportamentos religiosos semelhantes. Os “evangélicos” lamentavelmente são os que mais enganam, os que faltam com a honra da palavra, os que difamam, subjugam pessoas, envolvem-se em escândalos espreitam a derrota, inclusive, dos próprios “irmãos da igreja”; são os que mais se divorciam segundo dados, os que mais sabem apontar o indicador de condenação, os que matam o amor pregando o amor. Cansei-me dos chavões, dos sermões e palavras construídas sob encomenda, pois de nada adianta falar do amor de Deus enquanto pessoas, do lado de fora dos templos, estão sem entender o barulho que se faz lá dentro.

Do outro lado o que vemos, no entanto, são pessoas simples dividindo o pouco que têm, com seus semelhantes sem ter nenhuma denominação religiosa por trás, enquanto muita gente que diz ser “servo de Deus”, e até se orgulham disto, com tudo que precisam e mais alguma coisa; com todos os pressupostos de felicidade à disposição, gente de triunfo, de sucesso, que pouco ou nada fazem, mesmo tendo muito mais do que precisam para viverem uma vida tranqüila.

Ser “evangélico” está na moda, ser “cristão” não. O primeiro é bonito, é moderno, é diferente, é místico, é favorável e em alguns casos dá status. O segundo pelo contrário não atrai pelas exigências de fidelidade e comprometimento sincero com princípios que poucos estão dispostos a arcarem com o peso que eles colocam sobre os ombros. Basta só dar uma espiadinha na lista de artistas, de jogadores e de políticos que se declaram “evangélicos” todos os dias… Ter um destes no rol de freqüentadores da igreja pode render bons lucros. Quanta hipocrisia! Quanta enganação!

Por tudo que relatei acima tomei a decisão de abandonar a fachada de “evangélico” para ser apenas “cristão”. Decidi viver bem com Deus, sem, no entanto, fazer propósitos irracionais, sem viver na alienação dos temores, sem ser forçado à obediência a líderes que intimidam e não pregam o evangelho. Decidi ser mais espiritual, mais humano, mais emocional, mais racional, mais sensível. Decidi ainda a abandonar a religiosidade vazia fundamentada em formas e resolvi correr atrás de conteúdo, algo que preencha todos os vazios do meu coração e da minha alma. Quero ser cheio de compaixão, exprimir amor na sua profundidade e na sua extensão, quero entender o sofrimento alheio. Quero, simplesmente, ser “cristão”.

* – Charles Haddon Spurgeon, foi um pastor batista britânico, que morreu em 1892.

Extraido do site solomon1.com

Autor: Carlos Roberto Martins de Souza
Fonte: [
Gospel Prime ]
Via: [
Bereianos ]

4 Comments

Filed under Artigos

Minha visão da situação atual da igreja instituição no Brasil


Fui convidado por um amigo, Luiz Fernando que mantém o site http://www.renovatiocafe.com/ para que eu colocasse minha visão da situação atual da igreja no Brasil. Topei o convite e me senti honrado com o convite e convido você a entrar neste site, onde teremos mais 14 pessoas escrevendo cartas à igreja do Brasil. Te espero por lá, mas caso preferir deixe seu comentário aqui mesmo.
Boa leitura.

abs.
Pr. Carlos Rizzon
ps.Ao invés de escrever uma carta per se preferí colocar sobre os problemas que detectei em algumas igrejas ao longo dos anos, segue abaixo uma descrição destas situações.

Manipulação das pessoas através dos dízimos e ofertas.
Quantos de nós que sempre esteve envolvido nas igreja não viu este tipo de coisa no seio da congregação? Não importa quanto tempo de “crente” você tem.A barganha esta presente na maioria dos cultos nos dias atuais, o único beneficio que nos trás a teologia da prosperidade, se é que podemos colocar assim, é que nos revela o coração das pessoas. Este tipo de coisa é uma das mais graves que tem no meio da “igreja” hoje em dia, aliás, penso que isto já não vem de hoje. Mas como a palavra mesmo declara: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” João 8:32

Manipulação das pessoas por posição eclesiástica. Sou ungido de Deus, me respeite!
“Eu gostaria de informar o irmão que eu sou o Pastor da igreja e não discuta comigo!, Você não sabe o que passei para chegar onde cheguei” Isto eu presenciei demais nos Estados Unidos quando fui tocar (Sou baixista) numa igreja que esta de “Bem com a vida” e se declaram apostólicos, quando fui conversar com o líder do louvor umas atitudes com relação a alguns irmãos ele me disse: “Aqui na igreja de bem com a vida usamos da autoridade” no que eu disse: “Lá em Belo Horizonte isto se chama grosseria e manipulação”

– Campanhas intermináveis para se alcançar a benção de Deus.
Que, aliás, já as temos. (Efésios 1:3).
Esta aconteceu comigo quando conheci minha esposa que era de uma igreja que limitou o reino de Deus em quatro coisas somente: Jesus Salva, Cura,liberta, vive e voltará. Fui criado num meio tradicional, ainda que algumas tradições eu nunca vi por lá, mas me convenceram a fazer a famigerada corrente das 7 orações, na época eu vivia o cristianismo da expectativa fiz um monte destas campanhas, que nunca resolveram nada  para mim,  mas hoje a coisa se diversificou bastante, temos vale do sal, campanha da gruta, oração dos setenta e por ai vai.

– Favoritismo diante de Deus. Faço mais, mereço mais.
Esta é muito obvia, quanto mais “pago o preço”, mas Deus me abençoa, sabemos que quem busca mais de Deus recebe mais, mas esta de pagar o preço é dureza. Deus não tem filhos favoritos!

– Eu crente sou abençoado, os que estão fora da igreja são filhos do diabo.

Esta eu ouvi recente, não que não a tenha ouvido antes, mas cai na besteira de visitar uma igreja de um pastor presbiteriano que saiu da denominação, e todos nós sabemos que em meios presbiterianos e Batistas a palavra tem mais consistência. Neste dia o Pr. “presidente”não estava presente e tinha uma destes fazedores de campanhas “Compre um cd e abençoe o ministério do irmão” e o sujeito soltou esta: Você é filho do dono do ouro e da prata! Você não é como os filhos do cão que estão lá fora! Doeu nos meus ouvidos e só não sai porque minha esposa segurou meu braço.
Recomendação: Quando não tiver como rejeitar este tipo de convite, leve o seu Ipod e uns óculos escuros.

– Manipulação através do medo da perda da salvação e do devorador.
Esta não precisa explicar ou dar exemplos é só ligar sua televisão que você vai ver.
Se manipula as pessoas com dízimos, se manipulam as pessoas dizendo que a igreja é a casa de Deus, se manipula através de correntes intermináveis. A lista é grande.

– Falsas promessas em nome de Deus.

Muito óbvia não? – Traga seus dízimos que o Senhor lhe dará 100 vezes mais, Curas milagrosas, doações na base da barganha entre outras, para não alongar muito este texto.Muitos destes vão depois ao ministério público dizendo que foram enganados, mas a palavra nos afirma que “Somos enganados pela nossa própria concuspicência”.
O único ponto positivo da teologia da prosperidade é que revela a motivação dos que vão atrás destes movimentos.

– Teologia Vetero-testamentária cantados na época da graça.
Se você já freqüentou um templo evangélico ou assistiu um destes “tele-cultos” com certeza já viu isto, com relação ao dízimo, transformando o palco em altar.
hoje a quantidade de cânticos que tentam costurar o véu que a cruz já rasgou é muito grande.
Esta é uma das que mais me irritam e deixei de tocar com muita gente nos States por causa disto e quem presta atenção no que se cantam nas igrejas hoje em dia sabe do que estou falando, porque mesmo depois de extinta a arca da aliança ainda tem gente trazendo a arca, outros ainda tocam no altar e por ai vai, aliás, esta última tem um que só fala em restituição e um detalhe que no refrão, aliás, costuma ter mais de um refrão, diz assim: “… O que o devorador levou!”. Pelo que eu entendo no texto de Malaquias o devorador levava somente dos infiéis, dos ladrões…
Ps.: Não penso que o Velho Testamento se invalidou porque estamos na época da graça, mas usá-lo como compêndio Teológico é demais.

-Confusão Teológica
Isto é algo muito presente nas igrejas evangélicas sendo necessário um bom curso de exegese para se entender cânticos dado ao uso indevido da licença poética. Ai entra um monte de gente que canta músicas afirmando coisas que a Bíblia não afirma. Coisas como “toca na ponta do altar”, “marca da promessa”, “quero subir como Zaqueu para chamar a atenção”, “Vou louvando o seu nome pois eu sinto o Senhor me tocar”– A lista é interminável e se for por tudo aqui não haverá espaço suficiente para tantas aberrações teológicas que se canta nas igrejas hoje em dia, algumas composições acrescentam jugo na vida do povo dizendo que para ser adorador tem que ter uma lista interminável de quesitos sendo que a palavra nos diz que tem que ser em espírito e em verdade.

Quando retornei ao Brasil apresentei o Movimento Urbano para um “amigo” meu em primeira mão, por consideração, amizade e porque já tinhamos feito algumas coisas pouco ortodoxas, veja o nosso site para mais informações, (www.igrejaurbana.org) ele veio me dizendo que não toparia fazer e uma das justificativas me disse que não conhecia a motivação dos compositores das músicas que usaríamos no que eu respondi que a motivação deles era a mesma de alguns interpretes evangélicos, pois motivação não tem como averiguar, e claro que ele discordou de mim e ai eu disse que nós Cristãos éramos muito hipócritas, pois cantamos muitas coisas que não estão na palavra e achamos certo e as músicas não compostas/cantadas por “não Cristãos” era errado. A discussão foi longe porque ele insistia em me dizer que a música era mundana e etc, afinal onde será que ele vive? Plutão? Que não queria incentivar o pessoal da igreja dele a ouvir música não cristã e que musica mundana é do diabo e a dos crentes era de Deus. Tenho um artigo interessante com o título Música secular e Música não cristã onde faço algumas perguntas sobre a possibilidade de se averiguar o que faz uma canção ser evangélica ou não, dê um lida lá por favor.

– Cristianismo Judaizante – Tudo junto e misturado, como dizem por ai.
Hoje em dia se observa uma grande de símbolos Judaicos nas igrejas – menorahs, Tallit, bandeiras de Israel. Caso um muçulmano seja compungido pelo Espírito Santo a se congregar numa igreja evangélica ele vai penar para encontrar uma que não tenha nenhum símbolo ofensivo à cultura dele. Eu não tenho nada contra Israel ou os objetos judaicos, mas o evangelho é inclusivo e não exclusivo. Hoje em dia já não se sabe o que é igreja evangélica ou sinagoga Judaica.

-Sincretismo religioso acentuado.

Muitos elementos de umbanda e Candomblé presente em igrejas de linha pentecostal e Neo – pentecostal.
Assista sua TV depois das 23h00 para poder constatar isto, em alguns casos nem precisa esperar tanto para confirmar o que digo, ou acesse os vídeos no YOUTUBE

– A grande maioria das grandes denominações ao invés de fazerem servos de Deus faz servos defensores da denominação.

Nada contra gostar desta ou daquela denominação, mas favoritismo não esta com nada. Há pouco tempo retornei ao Brasil e grande foi o número de pessoas que me procuraram para me fisgar para sua igreja, inclusive meu pai–Ele me disse: Você tem que voltar para a igreja Batista! Eu perguntei o porquê e ele me disse: Você tem que defender a doutrina… E eu claro perguntei de quem era a doutrina se era da igreja Batista ou era de Jesus. Ao final disse a ele que para defender a doutrina não precisava estar na igreja Batista ou qualquer outra denominação. Algo lamentável também é ouvir Batistas dizerem que não abrem para outras denominações participarem da ceia do Senhor porque não era correto colocar gato, macaco e outros bichos na mesma mesa. Em outros tempos eu ouvia minha avó dizer quando encontrava outros crentes pelo caminho que a perguntava se ela era evangélica: Somos Batistas! Batistas da velha convenção. Isto sem contar os que se dizem cheio do fogo, e não de uma igreja fria. Duro não ? Hoje alguns denominam as igrejas como Igreja fria e Igreja quente, e o interessante que os que mais se dizem ser cheio do Espirito Santo, são os que tem menos amor. Como pode alguém estar cheio do Espirito Santo, cuja essência é o amor e não contagiar as pessoas com este mesmo amor ? 

Meus esforços para redimí-la:
Pois bem, busco estar centrado no que a palavra ensina, apesar de que qualquer grupo se questionado dirá o mesmo. O ser humano tem um problema muito grande com equilíbrio e um das coisas que creio é que devemos voltar a ser uma igreja apostólica como em Atos 2:42, infelizmente estamos mais Apócrifos do que Apostólicos, afinal com tantas linhas teológicas por ai é complicado, e a maioria dos pastores na atualidade não tem sem quer um pré primário teológico :). Uma vez quando ainda estava nos Estados Unidos ouvi de um amigo americano que foi missionário no Brasil por 30 anos que outro missionário americano o perguntou: Rick você estudou em qual seminário? Ele disse que não tinha feito seminário. O companheiro dele ficou meio que indignado com a resposta e disse:
“Como você pode se tornar missionário sem fazer teologia?” no que ele respondeu, muito bem por sinal.
“Teologia é o estudo do que o homem pensa de Deus e Eu estou mais preocupado em saber o que Deus pensa do homem”
Ps. Não creio que para ser pastor fazer seminário seja obrigatório, principalmente para os que não têm condições financeiras ou moram em locais que não tem um bom seminário. Mas caso você crê que tem o chamado para o ministério pastoral busque fazer um seminário, pois ajuda muito. Um soldado jamais é enviado à guerra sem o devido preparo.

Minhas exortações:
Apocalipse 3:17-22
“Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.


Fique na paz.

Carlos Rizzon
WWW.IGREJAURBANA.ORG
“Conectando vidas, Construindo relacionamentos!”

6 Comments

Filed under Artigos

Homens Mortos


Você já parou para pensar se Jesus saisse a procura de pessoas para “contratar” como seria o anúncio ? Será que seria o mesmo apelo de grandes multinacionais ? Pessoas formadas, grande experiência, ambiciosos ? Não creio que seria assim, mas deixe Deus falar com vc, este texto é muito bom e nos leva a refletir.
fique na paz e boa leitura.
Se você usualmente lê jornais e avisos publicitários de contratações de pessoas para empregos, normalmente observa que os contratadores pedem as qualidades das pessoas e experiências de trabalho, seu background, seu currículo, e todas as suas qualificações para o cargo ou função.

Procuram-se jovens, talentosos, dispostos e disponíveis, ambiciosos, arrojados, experimentados, honestos, pontuais, que nunca tiveram passagens criminais para desempenhar o cargo de gerente, coordenador, diretor, responsável, chefe, supervisor ou o que mais for cargo de liderança. Este é o padrão normal para business em todo o mundo. Os negócios só prosperam com pessoas deste perfil em cargos de liderança e de confiança, pois estas pessoas serão o pulmão da companhia, a mola mestra, a pedra de esquina, os pilares de uma construção forte e saudável.

Se hoje pudéssempos ver JESUS recrutando discípulos para fazer a obra do reino de DEUS, poderíamos ler um tipo de anúncio mais ou menos assim: PRECISA-SE DE HOMENS MORTOS. Porquê? Porque este foi o sermão de Jesus aos que queriam ser seus discípulos. Ele disse: “Aquele que quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome cada um a sua cruz e siga-me”.

Em outras palavras: PRECISO DE HOMENS MORTOS. Preciso de pessoas que não desejem aparecer mais do que a cruz que deverão carregar. Preciso de homerns que estejam dispostos a morrer sua vontade, seus sonhos pessoais, seus projetos de vida, sua ganância financeira, SEU DESEJO EXCESSIVO DE CONFORTO. Que saibam viver com o que for suficiente para suas necessidades. Que desejam ver a glória do Pai crescer e suas vidas diminuirem. Que querem mais o autor da benção do que a própria benção. Pessoas que não desejam ser mais do que Deus os projetei para ser. MORTOS.

Seguir a JESUS é ser batizado na sua MORTE. O maior símbolo do Cristianismo evangélico é a CRUZ. É a sua mortalha. É onde Cristo nos mostrou que devemos ser como ELE. Onde devemos deixar morrer nossa natureza terrena para podermos sim ver a glória celeste.

Para fazer a obra de DEUS, o primeiro requisito de um contratador (líder de qualquer denominação) que deseja ver o obra de DEUS crescer deve ser o de procurar obreiros, diáconos, missionários, evangelistas, cooperadores, presbíteros ou qualquer outro nome usado pelas denominações, que desejem ser como um HOMEN MORTO.

Estamos no século XXI, a Igreja de Cristo continua precisando de obreiros e pessoas dispostas a trabalhar para o Pai. Você aceita o desafio? Ainda posso ver o texto na Bíblia: PRECISA-SE DE HOMENS MORTOS.

PR. CARLOS RIZZON

Leave a comment

Filed under Artigos

Atitude radical de uma Igreja: Vender o prédio para usar o dinheiro afim de alcançar a comunidade.


3353bricksticksimageA Igreja Batista de Rolling Hills é parte de um movimento nacional que desafia ideias tradicionais.

Na Igreja Batista de Rolling Hills em Fayetteville, Gerogia – esta tentando vender o prédio com a aprovação de toda congregação

“Nossa intenção não poderia ser de preencher estes assentos, mas esvaziar este assentos,”O Rev. Frank Mercer decidiu no ano passado.

Amém, disse a congregação, que esta há U$150, 000 dólares restantes de pagar o prédio avaliado em U$1,4 Milhões.

Em uma área metropolitana conhecida por mega igrejas, pregadores da teologia da prosperidade e campos de esporte particulares de igrejas, Rolling Hills, a qual tem 100 membros, se ajuntaram a um movimento nacional que esta desafiando a idéia do que significa ser igreja.

Neste período de dificuldades econômicas, Rolling Hills quer evitar as contas altas de pagamento da hipoteca, ar-condicionado, custo com seguro e tirar os membros dos bancos da igreja e move-los rumo à comunidade, em downtown Atlanta, no México e Honduras.

Por todo país, igrejas estão experimentando coma mudança dos cultos e buscando por maneiras de atrair uma nova geração de membros e se ajustando rumo a uma sociedade onde a igreja como instituição já não é tão bem vista e aceita. Na Cidade de Decatur, por exemplo, A Igreja Navo, parte do Ministério Metodista e foi iniciada ano passado, se reúnem num mercado da época de 1950 e patrocina aulas de dança, Studio de gravação, pratica de bateria africana durante a semana.

E em Massillon, Ohio, Membros da Igreja Evangélica Rivertree estavam se reunindo num espaço alugado de uma escola. Mesmo que eles já tinham levantado um fundo para construção de um prédio de muitos milhões de dólares, os líderes decidiram continuar a pagar aluguel e usar o dinheiro para ajudar a comunidade.

“Quando a decisão foi anunciada a congregação comemorou com grande alegria,” Warren Bird, o diretor de pesquisas da rede de liderança, um grupo de consultoria interdenominacional, redigiu em um email.

Em Fayetteville, sera um ato de fé e temor para o pastor Mercer, que saiu de há cinco anos de uma mega igreja em Charlotte que conta com uma equipe de 20 pastores.

Ele tinha esperança em construir uma Igreja grandiosa com a de Charlotte, mas suas idéias — e daqueles membros da sua congregação — começaram a, na viagem missionária à cidade de Nova York.

Aquela Igreja alugava um espaço, mas pensavam em comprar um prédio — uma consideração custosa. Um dos membros da congregação ficava imaginando caso eles comprassem o prédio se eles poderiam continuar com os programas que eles já têm como alimentar aos famintos, caso comprassem o prédio.

Ele disse uma frase que se tornou como um “mantra” para sua igreja: “Eu temo que se nós nos tornarmos uma igreja de concreto e tijolos, nos deixaremos de ser uma igreja de carne e osso.”

Dave Lebby, um membro da Igreja de Rolling Hills, disse, “Uma luz se acendeu na minha cabeça sobre quão livres seriamos caso não possuíssemos um prédio.”

Os membros poderiam gastar o dinheiro ajudando os menos favorecidos. Eles poderiam pelo menos uma vez enviar os membros para um projeto de construção de casas numa favela na cidade Juarez, México, o qual foi suspenso por cortes no orçamento.

“Nós gastamos mais de 50 por cento do nosso orçamento num prédio que nós ocupamos menos de 10 por cento do tempo,” disse o pastor Mercer.

Lebby, Mercer e outros membros começaram a conversar sobre a idéia de mudar isto.

“Se nós vamos sobreviver a um future, nós teremos que entender como as pessoas “fazem” igreja nesta geração,” diz Bryan Fowler, o pastor da igreja de Navo.

Kurt Fredrickson, um professor assistente no Seminário Teológico Fuller em Pasadena, Calif, sabem que para qualquer programa de crescimentos de igreja, a parte que mais se destaca no meio dos movimentos evangélicos é uma crescente consciência social.

Muitos estão se engajando em programas com tutores de crianças ou consertando as casas dos pobres.

Mais de 800 igrejas nacionalmente participam no domingo fé em ação durante o mês de Outubro, Quandos os membros saem por suas comunidades servindo a ao invés de irem para os cultos.

“É facil fazer um dia de “Não vá à igreja”. Mas, “vender o seu prédio e mudar sua forma de adoração é um passo muito radical para uma igreja,” disse Fredrickson.

Após a viagem à Nova York, Mercer voltou à sua cidade e começou a pregar uma série de sermões sobre a existência da igreja e o porquê dela existir — para servir ao próximo.

Os membros se tornaram mais ativos, servindo num abrigo para os desabrigados, trabalhando com as crianças na Casa Batista para crianças e executando projetos de serviço junto à comunidade às segundas.

E eles também começaram a cogitar a idéia de vender a propriedade deles também.

“Nós todos temos nossas reservas,” disse Mike Stout, um membro da igreja. “As pessoas normalmente, não gostam de mudanças.”

Mas ultimo Outubro, com 95 votos – contra-5, a igreja concordou em vender sua propriedade, a qual já esta listada numa imobiliária.

Uma vez que o prédio esteja vendido, a igreja conseguirá um prédio ou galpão que poderá ser usado para diversas atividades onde se possa reunir armazenar roupas para serem doadas para projetos de missões for a do país ou usar em programas comunitários.

“Eu sai de uma mega Igreja em Charlotte pensando que esta igreja estava quebrada e precisava ser consertada,” disse Mercer. “E eu não salvei nada esta Igreja. Ela me salvou.

”Parece que eu sou o que precisa ser consertado.”

Tradução e postagem por Carlos Rizzon

Quem quiser ler o artigo em inglês ai vai o link:

http://www.ajc.com/news/fayette/churchs-radical-act-sell-building-use-money-for-outreach-101316.html

Leave a comment

Filed under Artigos

Venda de templo em pról da comunidade, amor em ação.


ps. Desculpe o tamanho do artigo, mas era impossivel postá-lo pela metade, achei simplesmente fantastica a atitude do Pastor Mercer da Rolling Hills Baptist Church.

Boa Leitura e comente por favor.

FAYETTEVILLE, GEORGIA – EUA — A Igreja Batista de Rolling Hills, EUA esta a venda. As pessoas, que constituem a verdadeira igreja, não estão à venda, a propriedade da igreja esta num agente imobiliário e no Mercado à venda.

“Como isto pode acontecer?”
Você pode estar se perguntando, bem, continue a lendo…

O pastor da Igreja Batista de Rolling Hills Frank Mercer, em conjunto com os membros da igreja e Andy Ellis e Dave Lebby, fizeram uma viagem a Nova York para explorer a possibilidade de uma parceria com a Igreja Comunitária New Hope. Enquanto estava em Nova York, O pastor Mercer ficou muito imprenssionado com a efetividade ministerial desta igreja relativamente pequena.

Palavras que ressoam

O pastor de Rolling Hills comentou, “New Hope esta envolvida em ministrar aos famintos, aos sem teto, aos doentes e aos perdidos, e aos menos ‘favorecidos’. “Eles estão tendo um grande impacto na comunidade em volta deles.”

Um dia durante a visita à Nova York Mercer teve uma conversa com o Pastor da New Hope, Pastor Tom Richter e perguntou a ele sobre os desafios de alugar um espaço ao invés de ser o proprietário do local, qual era melhor.

Richter respondeu, “Nós temos nos feito esta mesma pergunta se devemos ou nào comprar uma propriedade. Quando nós consideramos os custos da hipoteca, água, luz, telefone, seguro etc, nós percebemos que se nós tivéssemos o nosso próprio prédio estaríamos impactando nossa comunidade da forma errada e estaríamos indo contra o que nós temos ministrado às pessoas.” “Se nós nos tornamos uma igreja de concreto e tijolos, talvez venhamos a esquecer de sermos uma igreja de carne e sangue.”

Mercer admitiu, “À medida que ele descrevia este momento em particular na comunhão do seu povo, Deus falava comigo sobre nossa situação em Rolling Hills. As palavras dele sobre ser uma igreja de carne e sangue sendo a prioridade ao invés de concreto e tijolo ressoava dentro de mim.”

Na quarta feira seguinte a noite Pastor Mercer compartilhou as observações sobre a viagem, mas não comentou muito sobre ser uma “igreja sem paredes”. De qualquer forma, ele começou a falar sobre este conceito com a equipe administrative e o diácono lider. Ele pediu aos lideres da igreja para que estivessem orando pelo direcionamento futuro da igreja e pediu para ler “The Outflow” por Steve Sjogren, (o fluxo a partir de um ponto, tradução livre minha) “Igreja sem paredes” por Thom Goslin, e “O futuro presente” por Reggie McNeal.

O pastor começou a pesquisar sobre a possibilidade de sucesso de se fazer uma mudança radical na forma com que ele ministrava. Mercer declarou, “Nós já temos pensado e considerando por muito tempo como poderiamos maximizar o nosso ministério e recursos para missões, (não da forma como conhecemos, com um missionário nos confins da terra)* reduzindo os custos operacionais. Mas a idéia de influenciar o valor de nossa propriedade e prédios de forma que pudéssemos investir mais profundamente em pessoas mais do que o acumulo de bens parecia algo inatingível, pouco provável.” A medida que o Pastor Mercer começou a ler e pesquisar ele descobriu que haviam igrejas na Austrália, África do Sul, Canadá, Espanha e uma rede de igrejas dentro do chamado igrejas da Escócia denominada “igreja sem paredes.” Ele descobriu que algumas destas igrejas tomaram esta decisão bem cedo em sua jornada como igreja para investir o dinheiro no ministério, missões e benevolência ao invés de aplicá-lo em propriedades enquanto outros vendiam suas propriedades num esforço de transferir estes recursos para custear o trabalho de missões.

Pastor Frank Mercer explicou o simbolismo nos membros da igreja de abrir mão do prédio para se tornarem “pedras vivas”.

Ousadia no ministério

Mercer relata, “Eu também descobri igrejas nos Estados Unidos que tinha feito o mesmo. No meu circulo de amigos envolvidos em ministérios esta idéia parecia bastante fora do normal e nem tanto popular. O que consegui foi atrair olhos arregalados e avisos dos meus “colegas de chamado” e comecei a me sentir que caso eu me aventura-se num tipo incomum de ministério eu estaria sozinho”

“Isto aconteceu comigo quando eu vi no jornal Newnan Times-Herald sobre a Igreja de Cristo em Newnan. A Igreja de Cristo em Newnan na rodovia 34 tinha decidido a vender a propriedade deles, porque eles tinham se cansado de “investor em propriedades” e queriam deseperadamente passar a ‘investir em pessoas’

“O plano deles era vender a propriedade, se mudarem para uma casa de reuniões menor, mais functional, perto do centro da cidade de Newnan e colocar o restante dos recursos numa fundação ou conta para gerar recursos para oportunidades missionárias ‘até que Jesus venha’.’ O objetivo deles é gastar 50 por cento do orçamento deles  em “missões comunitárias”*, e benevolência.’”

Mercer começou a compartilhar a visão com os diáconos, com o restante da liderança e com a igreja. O pastor de Fayetteville pastor reconheceu, “Nós sabíamos que uma vez que o ‘gênio estivesse fora da garrafa’ as noticias ia se espalhar rapidamente, por isto queríamos ser pró-ativos no compartilhar. Aquelas reinões eram refrescantes, com compartilhamento de opiniões, pensamentos, sinergética*, e repleta de orações.”

Tornando-se pedras

Às pessoas não foi pedido que votassem, mas que orassem com a mente aberta para buscar a vontade de Deus. O pastor queria a ajudar a igreja a entender o que estava sendo proposto não era apenas fruto de uma obsessão ou simplesmente ditar uma moda ou estilo de ministério e uma tentativa de ajustar um contexto teológico para a visão que Deus o havia dado. Ele começou uma série de sermões baseado num tema “algo velho, algo novo” do livro de Atos 1-11. A série culminou no dia 5 de Outubro, o dia em que a igreja votou com a mensagem chamada “Paus e pedras.” Mercer “explicou,” A mensagem era sobre como Deus que nós nos rendamos e entreguemos o que nós temos segurado em nossas mãos – Moisés e a vara, o jovem e seus pães e peixes, a viúva e sua moedinha, – e confiar nele que ele fará um milagre.

“Nós impulsionávamos as pessoas a abrir mão da vara como Moisés, (Palitos de picolé foi dado pela igreja) aquilo que representava toda a segurança no “altar” e que pegasse uma pedra (Nós colocamos pequenas pedras perto do púlpito) de identidade. Tudo isto para demonstrar um momento definido de rendição da igreja de concreto e tijolos a fim de nos tornarmos “pedras vivas”- uma igreja de carne e osso”

No fim do culto a igreja votou em secreto numa urna e 90 por cento dos membros presentes afirmaram a proposta que havia e que dizia: “Num esforço de seguir a vontade de Deus e nos juntarmos a Ele no seu trabalho de rendenção, nós propomos que a Igreja Batista de Rolling Hills coloque a venda o prédio e a propriedade imediatamente, com o uso dos recursos adquiridos para o ministério e missões em nossa comunidade e etc.”

O prédio da Igreja Batista de Rolling Hills estão localizada numa propriedade de aproximadamente 20 acres de área de primeira qualidade na saída de Fayetteville. A construção da igreja terminou em 1993 e a hipotéca esta menos de 150 mil dolares, e agora esta a venda, prédio e propriedade. Quando perguntado como seria usado o dinheiro da venda do prédio e propriedade, “Nós estivemos discutindo sobre uma construção simples de concreto e aço, tipo um galpão, numa area de 20 acres fora de Fayetteville.

O local não seria construido com o intuito principal como um local de adoração e culto, mas como um lugar onde nós estaríamos exercendo o nosso ministério – um hub para o ministério onde também acontece o nosso culto de celebração. Não faz nenhum sentido em ter um prédio que fica desocupado 90 porcento do tempo e que devora 50 porcento de nossos rendimentos. “Na nossa igreja nós tentamos “concorrer com os Joneses* por muito tempo. Igrejas compram propriedades e constroem prédios para expander o club e melhorar a area de entretenimento. Nós sofremos com muita inveja. Nós trabalhávamos para atrair convidados. E a igreja que tinha mais gente e que dava a maoria do dinheiro, ganhava.

“Nós tentamos jogar este jogo. Mas não queremos ser como todos os outros. E isto não quer dizer que os outros devam ser como nós. Este modelo não é para todos.

“O que almejamos é que o dinheiro que receberemos da venda da propriedade sera usado para laimentarmos mais pessoas, vestirmos mai spessoas, prover moradia e etc.fazer mais pelo próximo.”

Mercer e sua esposa, Pam, são de Fayetteville. Frank cresceu na Igreja Batista New Hope sobre o ministério de Ike Reighard, que ainda considera o seu mentor.  Pam é produto da Primeira Igreja Batista de Fayetteville. Os Mercers têm quarto filhos: Pete, 16, Maddie, 14, Evan, 10, and Jake, 8. O casal de Fayetteville nunca sonhara em voltar à sua cidade natal para exercer ministério, mas retornaram em maio de 2004 depois de 11 anos de serviços prestados na Igreja Batista de Hickory Grove em Charlotte, N.C.

Mercer admite, “Eu tenho um amor especial por esta cidade. Eu quero ver Deus agir nesta cidade de forma maravilhosa.”

Alguns do que pensam que a visão de Mercer é de descaradamente não ortodóxa ousaram olha-lo nos olhos e perguntar: “Não estaria você levando a igreja a regredir?”

“Levando em conta que a Igreja do Novo Testamento foi feita de um grupo de revolucionários contra cultura, Merce responde, “Sim estamos regredindo a 2000 anos atrás”. Pastor Frank Mercer credita a idéia de vender o prédio da Igreja de Rolling Hills ao o que ele presenciou na viagem missionária que fez à Nova York. Questionado o pastor na viagem, ele começou a pensar na possibilidade de se tornar uma “igreja sem paredes.”

Definições

* Sinergismo doutrina que diz que a salvação individual é conseguida através de uma combinação da vontade humana e a graça divina.

* The Joneses era um programa Americano que demonstrava uma família “perfeita” que mudou da cidade para uma área residencial mais chique e imediatamente se tornaram os reis da cocada preta na região, todos os invejavam, mas a realidade é que eles eram uma jogada de marketing,uma farsa que uma companhia de publicidade ajuntou para introduzir nesta vizinhança produtos de grifes famosas para aumentar as vendas.

A tradução fui eu quem fiz, caso queira conferir o texto original segue ai o link: http://www.ajc.com/news/fayette/churchs-radical-act-sell-building-use-money-for-outreach-101316.html

Leave a comment

Filed under Artigos